Ando a ler pouquinho, mesmo muito pouquinho... Mas o tempo também não é muito e, estando em Coimbra, encontro sempre coisas para fazer, o que me separa um bocadinho dos livros... Vou aproveitar então esta pausa- que de todo poderá ser chamada de "férias", mas enfim- para ler um bocadinho.
- É meia noite, chove e ela não está em casa - Ana e Isabel Stilwell
"Uma mãe que desaparece. O resgate, enviado pelo próprio pai, diz que ela só voltará se os filhos fizerem a cama todos os dias e não deitarem as toalhas molhadas para o chão. Os cinco irmãos reúnem-se e decidem não aceitar a chantagem e a pobre senhora é encarcerada num orfanato para mães abandonadas."
É um livro infanto juvenil, recheado de episódios caricatos, pais que não compreendem os filhos, filhos que nem se esforçam por compreender os pais e muitaas referências ao "Música no Coração". E assim se faz um livro! Foi a JP que o levou para Coimbra e comecei a lê-lo por piada, mas depois decidi continuar. É pequeno, de leitura muito simples, mas é fofinho, e até gostei de o ler.
- No meu peito não cabem pássaros - Nuno Camarneiro
"Que linhas unem um imigrante que lava vidros num dos primeiros arranha-céus de Nova Iorque a um rapaz misantropo que chega a Lisboa num navio e a uma criança que inventa coisas que depois acontecem? Muitas. Entre elas, as linhas que atravessam os livros. Em 1910, a passagem de dois cometas pela Terra semeou uma onda de pânico. Em todo o mundo, pessoas enlouqueceram, suicidaram-se, crucificaram-se, ou simplesmente aguardaram, caladas e vencidas, aquilo que acreditavam ser o fim do mundo.
Nos dias em que o céu pegou fogo, estavam vivos os protagonistas deste romance - três homens demasiado sensíveis e inteligentes para poderem viver uma vida normal, com mais dentro de si do que podiam carregar.
Apesar de separados por milhares de quilómetros, as suas vidas revelam curiosas afinidades e estão marcadas, de forma decisiva, pelo ambiente em que cresceram e pelos lugares, nem sempre reais, onde se fizeram homens. Mas, enquanto os seus contemporâneos se deixaram atravessar pela visão trágica dos cometas, estes foram tocados pelo génio e condenados, por isso, a transformar o mundo. Cem anos depois, ainda não esquecemos nenhum deles.
Escrito numa linguagem bela e poderosa, que é a melhor homenagem que se pode fazer à literatura, No Meu Peito não Cabem Pássaros é um romance de estreia invulgar e fulgurante sobre as circunstâncias, quase sempre dramáticas, que influenciam o nascimento de um autor e a construção das suas personagens."
Descobri este no Verão através do GoodReads e desde aí que o quero ler. O autor estudou Engenharia Física em Coimbra, o que me deixou com ainda mais vontade de o ler, devo admitir. O ES ofereceu-mo no Natal, e não poderia ter sido uma prenda melhor. Estou a adorar o livro :)